21 de nov. de 2017

Pensamentos para chegar até a Federal

Thaís Karla de Azevedo                                              Turma: 1º ano – Química

Moro e estudo em cidades diferentes, por isso acordo bem cedo.
-- Acorda, já são quase seis horas!
-- Com certeza, mãe!
Como sempre, olho as horas e ainda são cinco e meia, uma tática infalível da minha família para tirar os filhos da cama. Tomo banho rapidamente, saio de casa às sete horas, e encaro uma super descida para chegar no ponto de ônibus, que não é um ponto oficial, o motorista na verdade para naquele local como um favor, desde que teve pena da quantidade de passos que eu teria de dar para chegar no ponto verdadeiro. Amo o sítio onde moro, ele possui uma quantidade imensa de árvores, poucas casas e o mais bonito de lá é poder enxergar de maneira clara todas as constelações que brilham muito durante a noite. Adoro andar por lá para chegar no ponto de ônibus, sentir o cheiro de ar puro de manhã e chutar pedras para tirar o estresse, principalmente quando me lembro de que esse dia é quinta, odeio quinta!
-- Por que quinta existe?
Sempre pergunto isso para as pessoas para não perguntar por que geografia existe. Mas apesar de não gostar, entendo sua importância. Quando chego no ponto, olho o horário, são sete e dezesseis, minha mãe sempre me companha até lá, por ser um lugar perigoso, mas mesmo com companhia, seguimos em silêncio, nós duas perdemos grande parte de nossa comunicação, mas basta um sorriso para ela perceber que estou bem e se despedir com um beijo na bochecha quando o ônibus se aproxima. Penso bastante nisso, mas de certa forma um sorriso vale mais que palavras, não é mesmo?
Quando subo as escadas do ônibus penso que talvez aquele não seja meu lugar, mas ao mesmo tempo olho em volta, e vejo meus colegas e seus sorrisos, que me consolam de certa maneira. Cada colega tem um sorriso e uma expressão única, alguns dão um sorriso de bom dia, outros dão aquele sorriso safado, só pra me fazer rir, e os sorrisos preocupados que me lembram a aula de geografia. Às vezes penso em como posso sentir tanta saudade de meus velhos amigos e ao mesmo tempo não me arrepender por tê-los deixado para trás e ter feito novos amigos? Sento no banco e escuto piadas, conversas e risos ao meu redor, mesmo cansadas as pessoas se divertem e esquecem dos problemas, adoro isso!

É em cada momento simples como esses que sou feliz. E você é feliz?

A vida de um aluno do IF

Luísa Romeiro Dos Santos     Turma: 1º ano - Química
Tudo começa com um processo seletivo em que a pessoa fica pensativa, se ela irá passar ou não. Se a pessoa passou, sua vida mudará da água pro vinho, principalmente o seu psicológico, durante as primeiras semanas. No decorrer do ano pode ser que ocorra uma leve depressão durante a semana de provas, não se assuste irá passar.
Acordar, estudar, dormir, e a vida social, como fica? Será que é algo saudável para um adolescente ficar 9 horas em uma escola, tendo 8 aulas por dia, cada aula dupla com 1h e 40min de duração?
Bom vamos começar, de segunda a sexta tem que acordar às 6h00, sendo que a aula começa realmente às 8h00, pois infelizmente o meio de transporte em nossa cidade é complicado, não chega em alguns bairros mais de um horário de opção. Sem deixar de falar no tempo que ficamos dentro dele, apesar de a cidade ser pequena, mas um fone de ouvido e uma amiga já resolve este problema.
Chegamos à escola na maioria das vezes com sono por ter ficado até tarde fazendo lição de casa ou estudando para a(s) prova(s) ou para o seminário que irá acontecer no mesmo dia.
O primeiro Intervalo do dia possui 20 minutos de duração, mas ele passa tão rápido que aparenta ter apenas 5 minutos. Logo depois já temos que voltar, porque o próximo descanso só acontecerá às 11h40.
Quando chega a hora do almoço, a maioria dos alunos da graças a Deus, mas para quem traz marmita, essa hora é um pouco complicada, pelo fato de existirem as famosas filas do micro-ondas, em que ficamos contando quantas pessoas tem na frente, quantas marmitas cada aluno tem na mão e quantos minutos cada aluno coloca. Momento em que as pessoas ficam em contagem regressiva calculando quantos minutos faltam para acabar.
 Depois do almoço, bate aquele sono da tarde, em que se olha para o professor, mas só olha mesmo, porque seu pensamento de fato estará bem longe. Mas tem que acordar, pois a aula irá até às 5h.

 Apesar de toda essa rotina maluca, o IF é uma escola muito legal em que se aprende muito mais do que somente o conteúdo de uma determinada matéria, mas sim a ser uma pessoa melhor.

A vida no IFSP

Amanda Benatti Brugnerotto Turma: 1º Ano - Química
A hora do almoço na escola é divertida, mas apenas depois que esquentamos a comida no microondas... é a vida!
Quando não tem aula de Espanhol, os professores nos liberam na hora do almoço, todos descem correndo, mortos de fome, para a fila do microondas. Porém, duas vezes por semana, tenho espanhol (pegando metade do meu horário de almoço) ... é ruim hein?!!
Quando o Espanhol acaba, a primeira coisa que faço é procurar minha amiga que esquenta minha comida... Quando a encontro, a primeira coisa a fazer é ver o que minha mãe colocou de rango para mim.
Um dia ela aprontou comigo... Esquentou minha marmita enquanto eu estava no Espanhol, mas ela quis fazer graça comigo e escondeu meus talheres na bolsa dela (que amiga boa né?) … abri minha marmita e nem conferi se meus talheres estavam lá, mas depois percebi que estava sem talheres e pensei “putz acho que minha mãe esqueceu de colocar meu garfo”.  
Quando olhei para a cara da minha amiga, ela estava rachando de rir. Foi abrindo a bolsa dela e devolvendo meus talheres.
Se você pensa que a hora do almoço é corrida, é porque não imagina como é durante o período, de aula. Na aula é tanta lição, sem falar que é assim o dia inteiro. É uma alegria quando da 17horas. Mas da uma tristeza e cansaço, pois sei que chegando em casa terei que fazer as lições e os trabalhos para o dia seguinte.

Mas penso: “se tive capacidade para entrar, terei garra para concluir os estudos… Gosto da escola e das amizades que fiz.”

Espero que o sofrimento valha a pena

Kevin Hartgers Lemos                                                               1° ano - Química


  “Bom dia”.
Está aí uma expressão que nem sempre se concretiza aqui no IF - escola na qual vim parar pelo acaso do destino. Seja por aquele dever de casa não feito de Língua Portuguesa, ou então, pelas falas mal ensaiadas do teatro de Artes, quase todos os dias podemos contar com tensão e preocupação em realizar todas as atividades propostas.
   Quando nos referimos à vida social, estaremos falando de outras pessoas, aliás, não lembro qual foi a última vez que saí de casa e muito menos que me diverti, em vez de me sobrecarregar com mais tarefas escolares. Pode parecer exagero, mas o cotidiano aqui é um tanto atribulado e a carga horária muito pesada. Pensei que período integral seria uma boa opção, porém ficou só no pensamento mesmo, já que nove horas seguidas exigem muito mais de nosso psicológico e ficar acordado em cada uma das aulas é bem difícil.
   O almoço, segunda hora mais esperada do dia, atrás apenas do momento que podemos ir embora, pode parecer mil maravilhas pelo fato de ser bem extenso, até nos depararmos com a enorme fila de deve ser enfrentada para esquentarmos a comida. A fome passa a ser um problema terrível e praticamente impossível de se resolver. O pior, é quando o bendito microondas decide queimar justo no instante que estou com a marmita pronta para aquecer.
   Apesar de tantos problemas e questões que todo aluno do IF passa, algumas coisas boas podem ser apresentadas, como por exemplo, o estudo e os professores são qualificados (exceto uma pessoa que… sem comentários), há uma boa biblioteca no Instituto e, tem rede WI-FI, apesar de ruim.

Dizem por aí que o sofrimento é uma escada para o sucesso, espero que seja verdade...

Rotina de um condenado

Paola Rodrigues de Jesus                                    Turma: 1º ano – Química

Acorda cedo, se arruma, pega o material, vai para o ponto.
Entra no ônibus, toma cuidado para não cair enquanto o veículo está em movimento.
Observa a paisagem através da janela, vê um matagal com garrafas de vidro e lixo espalhados por todo o local. Já se acostumou, então é normal ver a poluição lhe fazendo mal.
Passa por outros pontos, o ônibus cada vez mais cheio e com cada vez menos espaço.
Finalmente, chega ao destino, todos descem e vão rumo às salas de aula.
O professor chega e passa a matéria, o aluno cansado por mal ter acordado, presta atenção porque não quer ter problemas com a avaliação.
Depois de quatro aulas, chega a hora do almoço. Todos correm para o freezer em busca de suas marmitas.
Quando finalmente as encontram, olham ao redor, e adivinha? Pior que fila de banco em dia de pagamento, todos os microondas estão cheios!
Vai para o fim da fila e se dá conta de que meia hora já se passou.
Se concentra no celular, na conversa do colega, olha para o teto, para o chão, lê os cartazes e quando já está verde e semelhante a um esqueleto de tanta fome, chega sua vez.
Aproveita o tempo que lhe resta para fazer trabalhos e tarefas, mas não termina, pois as folhas do livro parecem se multiplicar à quantia das da Bíblia.
Depois de mais quatro aulas é hora de ir pra casa. Refaz todo o trajeto de ônibus, passando pelas mesmas situações.
Chega em casa e pensa que está livre, mas olha na agenda e percebe que saiu da escola, mas ela continua lhe acompanhando.
As tarefas do dia são poucas, talvez termine de fazê-las daqui a um século.
Faz toda a tarefa que o cérebro aguenta, até que pifa, acordando apenas no outro dia para seguir a mesma rotina.

Este é o dia-a-dia de um estudante do IF, onde ele está condenado a ficar até que saia após cumprir sua pena de três anos.