7 de jun. de 2017

O Suicídio

Millena Yurie (Licenciatura em Química 1° Semestre)


O suicídio é definido como o ato de acabar com a própria vida, ou seja, causar a própria morte.
Quando o suicídio foi mencionado pela primeira vez na literatura, no ultrarromantismo, ele era tratado como uma fuga de uma dor causada por amor, seja a perda de seu amante, quanto por um amor não correspondido, sendo tratado de forma melancólica e idealizada.
Nesta época, o amor era tratado de forma idealizada, o amor era algo incontrolado, porém se tratava de um amor que não se realizaria, pois ou o amado havia morrido, ou era comprometido, logo se tinha um sofrimento por conta desse amor, e a única fuga desse sofrimento seria a própria morte, ou seja, seria melhor morrer por amor do que viver um amor impossível.
Em 1897, foi publicado o livro "O Suicídio" de Émile Durkheim, que foi um estudo com vista sociológica a partir de sua Teoria do Fato Social, onde Durkheim apresenta o suicídio como um fato social, ou seja algo considerado normal na sociedade. Em sua teoria, Durkheim apresenta três tipos de suicídio: o suicídio egoísta, altruísta e anômico.
Segundo o autor, o suicídio egoísta ocorre quando o individuo não se sente mais membro da sociedade em que vive, não encontrando mais o sentido para sua própria vida. Um exemplo popular, apresentado na literatura atual, é a personagem Hanna Baker do livro Os 13 Porquês, que conta a história sobre as razões pelas quais ela escolheu acabar com sua própria vida, por meio de fitas. Ao longo da história é possível perceber que ela foi perdendo cada vez mais a conexão com seu ambiente social, assim sentindo que não pertencia ao mundo que a rodeava.
O suicídio altruísta ocorre quando o individuo  sente-se no dever de cometer o ato, como forma de ter uma morte honrosa. Um exemplo são homens bomba, ou os sequestradores dos aviões que se chocaram contra o World Trade Center em 11/09/2001, em que o suicídio acontece como forma de honra religiosa ou a própria pátria.
O suicídio anômico ocorre em situações de anomia social, ou seja, quando há uma ausência de regras na sociedade, assim gerando um caos, ocorrendo apenas em situações extremamente fora do comum. Um grande exemplo seria uma quebra na bolsa de valores, o sujeito recorre ao  suicídio por não saber lidar com a situação em que se encontra.
Então nos perguntamos, "quando a vida perde seu sentido?", "qual é o sentido da vida?", "por que vivemos?", "o que leva alguém a simplesmente desistir da vida e se suicidar?"... Não se pode saber ao certo a resposta para essas perguntas, alguém pode querer desistir por conta de um amor não correspondido, um término de relacionamento, problemas familiares, psicológicos, sociais...
Muitas vezes eu me perguntei "qual o sentido da minha vida?", "por que eu existo?", "como seria se eu não existisse?", "será que meus pais e amigos seriam melhores sem mim?". Muitas vezes havia esse sentimento de que tudo foi arruinado por conta de erros e erros que cometi. Às vezes a pessoa começa a ser cobrada e se cobrar tanto para ser perfeita que em algum momento ela acaba explodindo, ela não aguenta mais viver nesse mundo em que a sociedade a idealiza e molda como uma pessoa perfeita dentro de um "padrão", pois somos humanos, temos a liberdade de errar, assim como temos a liberdade de ser quem realmente somos. A vida começa a se complicar conforme a sociedade nos oprime, seja a pressão de entrar em uma faculdade, no curso dos sonhos, faculdade dos sonhos, mas dos sonhos de quem? Será que isso não é apenas um reflexo do que nossos pais nos ditaram que era certo até percebermos o contrário? E as vezes quando percebemos já é tarde demais, estamos no topo de um prédio, prontos para pular e acabar com tudo, destruindo todas as expectativas que o nosso meio tinha sobre nós, desistimos de viver e desistimos de nós mesmos.
"Corajoso é quem consegue viver. Mais corajoso ainda quem consegue tirar a própria vida." (autor desconhecido). É necessária muita coragem para que alguém seja capaz de ir contra o instinto natural de sobrevivência, é necessário que ele já esteja fora de si, assim estando "morto" por dentro, não vivendo, mas sim existindo no meio de uma multidão, e o suicídio sendo sua única libertação. Não podemos nos descobrir sendo oprimidos pelo meio, não podemos ser nós mesmos se não nos descobrirmos.
"O suicídio não acontece quando alguém corta os pulsos ou salta de uma janela com uma corda ao redor de seu pescoço. O verdadeiro suicídio acontece quando acordamos todos os dias do mesmo jeito que fomos dormir, quando o coração vazio continua vazio, quando a alma continua morta." (autor desconhecido)

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